08 maio 2013

Em Santiago de Compostela

A cidade de Santiago de Compostela não é nada menos que mística, envolvente e apaixonante.
A chuva que cai, por vezes incessantemente, só lhe confere ainda mais encanto e não afasta, nem peregrinos, nem turistas que se encantam com as suas ruas medievais e a sua imponente Catedral. Para mim foi o coroar perfeito de uma jornada incrível.


A Catedral de Santiago, de planta românica, em cruz latina, foi construída entre os anos de 1075 e 1128, com o propósito de albergar os restos do apóstolo Santiago Maior. Este havia sido tornado mártir no ano 44 d.C., em Jerusalém, após um período de evangelização na península ibérica.
Segundo a lenda, o seu corpo teria sido transportado de volta para a Galiza e sepultado no lugar de Compostela. Em 814 um eremita descobriu um túmulo que imediatamente foi associado a Santiago e sobre o qual seria erguida a Catedral. 


Mas Santiago também se soube modernizar e possui obras contemporâneas de grande relevância arquitectónica, nomeadamente o Centro Galego de Arte Contemporânea, do arquitecto Siza Vieira, e a Cidade da Cultura da Galiza, do arquitecto Peter Eisenman.

Centro Galego de Arte Contemporânea

Centro Galego de Arte Contemporânea

Quando chegamos no dia anterior, depois das fotos e da visita à Catedral, dirigimo-nos à Oficina do Peregrino para levantarmos a nossa Compostela. Devo confessar que não teve muito significado para mim; a pessoa que me atendeu preencheu aquilo em 2 segundos e mal. A Credencial sim, é uma lembrança constante de cada lugar que conheci. A Compostela muito provavelmente vai ficar guardada, atirada de gaveta em gaveta, até ao dia em que se vai perder na confusão de um sotão.
Como não tínhamos muita informação, quer sobre albergues, quer sobre os comboios/autocarros, dirigimo-nos desta vez até à Oficina Central de Información Turística Municipal onde nos prestaram toda a informação solicitada.
Em Santiago de Compostela acabamos por não ficar em nenhum albergue oficial porque já não tínhamos pernas para andar muito e porque queríamos ficar perto do Centro. Recomendaram-nos os hostels O Fogar de Teodomiro e Roots&Boots, que passei a conhecer e recomendo. São da mesma tipologia dos albergues, com acomodação em camarata mas oferecem melhores condições nos mesmo serviços: possuíam Internet,  lençóis de algodão e toalha de banho, serviço de lavandaria, cozinha, entre outras coisas, para além de uma excelente localização junto à Catedral. O preço era de 12€ por pessoa a esta data.
O único inconveniente: não são frequentados apenas por peregrinos, ou seja, arrisca ficar no quarto com alguém que não partilha do seu nível de cansaço,o seu credo ou não respeita os seus ideias. Fica a ressalva.

Oficina do Peregrino  - Junto à Praza das Praterías, por trás da Catedral, logo no início da Rua do Vilar.

Oficina Central de Información Turística Municipal - Continue pela Rua do Vilar, em direcção à Praza do Toural, praticamente no final da rua.

O Fogar de Teodomiro - (+34 699 631 592) www.fogarteodomiro.com
Roots&Boots - (+34 699 631 594) www.rootsandboots.com
   
Começamos o dia num dos muitos agradáveis cafés que existem na cidade, para um merecido pequeno-almoço. De seguida fomos visitar o Centro Galego de Arte Contemporânea que para nossa exasperação estava fechado à segunda-feira. Seguimos então, mais cedo que o previsto, para a missa do Peregrino, para cumprir todos os rituais, sendo o mais conhecido de todos o abraço a Santiago. Confesso que fui lá duas vezes porque o primeiro tinha sido tímido. Achei que depois de quase 120 km tinha direito a um abraço apropriado.
A chuva caía ininterruptamente pelo que, depois do almoço, não deu para visitar mais nenhum local. Acabamos por nos limitar a comprar as lembranças antes de sairmos em direcção à estação, para apanhar comboio até Vigo. Aí sim, em Vigo, apanhamos o comboio que nos traria a casa.




2 comentários:

  1. Para mim o que tem mesmo significado, é o abraço! Demorei e só não se prolongou por mais tempo, por respeito a quem estava a seguir.
    Há qualquer coisa ali que não se explica...

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    Respostas
    1. Para mim também! Da segunda vez já não me atrapalhei e tomei o tempo devido ;)
      A par disso o momento em que anunciam os peregrinos que chegaram... Saber que concretizamos esse feito, foi muito especial!

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