31 dezembro 2013

Feliz 2014!!!

Receitas | Bolachas manteiga (com chocolate, baunilha e coco)

♩♪ ♫ ♬♭♪  ♬♭♩♪ ♫ ♬

You better watch out,
You better not cry,
Better not pout,
I'm telling you why:
Santa Claus is coming to town.  

♩♪ ♫ ♬♭♪  ♬♭♩♪ ♫ ♬


 


E já estamos quase na passagem de ano! Não tinha tido ainda oportunidade de publicar o post sobre estas bolachinhas de manteiga que fiz para finalizar os meus cabazes de natal... A receita baseou-se numa do blogue Chez Sónia, mas fiz algumas alterações porque prefiro as bolachas menos crocantes. 
Por isso, apesar dos ingredientes serem os mesmo, optei por tê-las menos tempo no forno.

Ingredientes:
- 500g de farinha 
- 200g de açúcar
- 200g de manteiga
- 2 ovos

Preparação:
Começar por misturar o açúcar com a manteiga. Adicionar os ovos, individualmente, até obter um creme fofo. Juntar a farinha de uma só vez. 
Agora vem a parte em que podemos divertir-nos com os sabores a experimentar. Para isso,  separei a massa em quatro partes: uma deixei ao natural, só com o sabor da manteiga, noutra coloquei chocolate em pó e por fim, nas outras duas coloquei essência de baunilha q.b., sendo que numa delas ainda acrescentei coco ralado. As de coco são as preferidas a partir de agora, devo dizer.
Agora basta estender a massa com o rolo de cozinha, até ficar com cerca de 5 mm de espessura. Cortar com as formas e levar  num tabuleiro com papel vegetal a cozer em forno pré-aquecido a 160º cerca de 7/8 min. 
Antigamente eu deixava-as dourar bastante mais mas acabavam por ficar demasiado duras para o meu gosto. Como os fornos variam imenso, nada como testar. 
Bom apetite! 





11 dezembro 2013

Presentes Natal DIY | Limões em conserva (na salmoura)

Estes últimos tempos têm sido prolíferos em experiências, que uma vez mais têm como finalidade ir parar aos meus mini-cabazes de Natal! 
Desta vez trago algo pouco usual na nossa cozinha mas que com a introdução, nos últimos anos, de cozinhas internacionais nas casas portugueses convém começar a entranhar-se, por muito que se estranhe ao princípio! Os limões em conserva são especialmente usados na cozinha marroquina. Mas não se atrapalhe; se, à minha semelhança não fez muitas incursões pela cozinha do norte de África, pode sempre usar os limões para temperar um peixe que vai assar no forno, cortados em juliana para colorir uma salada ou no tempero de umas maravilhosas azeitonas.





Para fazer os limões em conserva consultei várias receitas que tinham muitas variações entre elas e acabei por compor uma, com o que mais se coadunava com o que o meu instinto me aconselhava.
A primeira escolha que fiz foi fazer apenas com limões biológicos, que trouxe de casa dos meus pais.
Apesar de algumas receitas indicarem que, caso os limões não sejam biológicos, se resolve ao coloca-los em água a ferver por alguns instantes, outras são muito assertivas ao garantir que o tratamento encerado que os limões de supermercado recebem impede a conserva dos limões. 
A segunda escolha foi fazê-los mais ao natural neste primeira incursão por conserva de limões, já que é um gosto que tenho que adquirir. Para isso só os temperei com tomilho, excluindo muitos temperos que outras receitas propõem: canela, açúcar, mel, louro, malaguetas e pimentas.
Por fim, os meus frascos eram pequenos pelo que tiveram de ser feitas algumas adaptações.





Ingredientes para dois frascos pequenos:
- 3 limões biológicos
- Sumo de limões q.b. para cobrir 3/4 do frasco
- 1 clh chá de sal marinho por cada 1/4 de limão (se conseguir colocar nos seus frascos, os limões inteiros usar 1 clh de sopa de sal por limão)
-  Sal marinho q.b. para colocar no fundo e topo do frasco
- Tomilho fresco
- Água fervida q.b. para cobrir 1/4 do frasco

Preparação:
Comece por esterilizar os frascos e tampas em água a ferver, durante 15 minutos.
Lave bem os limões, se necessário esfregue com uma escova e seque-os com papel absorvente.
A maioria das receitas aconselha a cortar os limões com cortes longitudinais, formando um X entre eles, mas mantendo a base inteira para que estes não se separem, como se vê na primeira imagem. O sal será colocado dentro dos cortes e o limão fechado novamente.
No entanto, os meus frascos são bem pequenos e levaram cerca de limão e meio em cada um. Por isso, fui obrigada a cortar os limões em quartos e colocar o sal dentro do corte e sobre a polpa do limão.
Colocar duas colheres de chá de sal marinho no fundo do frasco. Começar a condicionar os limões, não deixando muito espaço entre eles. Auxiliei-me de uma colher de pau, previamente esterilizada, que usava para empurrar os limões e junta-los, soltando o sumo destes neste processo. Entretanto, ía colocando o tomilho fresco entre os limões.
No final, o sumo dos limões não chegava, de todo, ao topo do frasco.
Algumas receitas que consultei só colocavam sumo de limão até cobrir a totalidade dos limões, outras  colocavam sumo de um limão e enchiam o restante com água fervida.
Eu acabei por fazer um misto: coloquei sumo de limão até cobrir 3/4 do frasco e cobri o restante com água fervida e coloquei mais duas colheres de chá de sal marinho no topo do frasco, antes de fechar o frasco.
Coloca-los em local seco e fresco. Durante a primeira semana, abaná-los delicadamente todos os dias, para dissolver o sal.
Ficam prontos para utilizar em 4 semanas e conservam-se na salmoura pelo menos 6 meses.
Para utilizar, retirar do frasco, descartar a polpa do limão e utilizar apenas a casca, que convém passar por água para retirar o sal. 
Bom apetite e Bom Natal!



07 dezembro 2013

Presentes Natal DIY | Compota de Pêra com Vinho do Porto e canela

E cá continuo eu na produção dos meus mini-cabazes de natal! 
Desta vez estive a fazer compota de Pêra com vinho do Porto e canela. Uma compota que resulta bem doce, até pela adição do vinho do porto, e portanto com tendência para passar do ponto. Mas a atenção que é exigida vale bem a pena. Claro que guardei um frasquinho para mim que tenho usado com moderação a acompanhar umas tostas com queijo Brie. Ok! Secalhar sem muita moderação... mas quem resiste???!!





Ingredientes:
- 1 Kg de pêra descascada e cortada em cubos
- 700g açúcar
- 1 chávena de café de Vinho do Porto
- 2 paus de canela
- sumo de um limão e uma casca do mesmo
- 150 ml água

Preparação:
Comece por descascar as pêras e cortá-la em cubos pequenos (podem ser maiores se preferir passar a varinha mágica no fim). 
Colocar todos os ingredientes num tacho e cozinhar em lume brando, vigiando e mexendo frequentemente, até o doce atingir o ponto estrada.
Conforme goste da compota pode passar ou não a varinha mágica para uniformizar a textura do doce. Eu pessoalmente prefiro fazê-lo quando a fruta já está tenra mas antes do doce atingir o ponto estrada, porque o movimento da varinha mágica parece alterar os cristais do açúcar e sinto-me mais segura se o fizer antes do ponto para o controlar melhor.
O ponto estrada foi atingido quando ao atravessar com o dedo um pouco do doce num prato, este formar uma estrada que não volta a ser fechada pelo doce.  
Coloque o doce ainda quente em frascos de vidro, previamente esterilizados (num tacho com água a ferver durante cerca de 10/15 min.) e sele-os bem. Se os colocar imediatamente de cabeça para baixo será criado vácuo que ajudará a conservar o doce durante mais tempo. Deixe-os estar assim até estes terem arrefecido por completo.
Conservar em local fresco e seco.
Bom apetite e Bom Natal!




02 dezembro 2013

Receitas | Aletria da minha mãe

Na continuação do post anterior, aqui fica a aletria da minha mãe. Uma versão mais leve da aletria feita com leite, por se utilizar água na base da sua confecção.
Não tem a indulgência da aletria cremosa mas também tem o seu lugar: a textura é agradável, não é de todo demasiada compacta como muitas aletrias que provei e é mais leve nas calorias também. 



Ingredientes:

- 250 gr de massa aletria
- 1 L de água
- Casca de limão
- 1 pau de canela
- Açúcar a gosto (cerca de 100 gr de açúcar)
- 1 pitada de sal
- 2 gemas dissolvidas em leite q.b.
- Canela em pó para decorar


Preparação:

Colocar a água a ferver, com a casca de limão, o pau de canela, a pitada de sal e o açúcar a gosto.
Logo que ferva, colocar a aletria a cozer.
Deixar evaporar a água e retirar do lume.
Dissolver as gemas com um pouco de leite e adicionar à aletria.
Levar novamente ao lume, o suficiente para as gemas se unirem aos fios de aletria (cerca de um minuto). É importante não deixar secar demasiado.
Servir e decorar com canela em pó! 

Bom apetite!

Receitas | Aletria cremosa

Com o Natal, chegam as noites frias, passadas no sofá. Acompanhadas com um chá aromático, chocolate quente ou um doce Natalício. 
Um dos mais típicos doces é a aletria, que se apresenta sempre com aspecto semelhante mas com receitas que variam consideravelmente de casa para casa.

A aletria da minha mãe é feita com água pelo que fica muito leve, em que cada fio de aletria se sente individualmente. Mas no outro dia, apeteceu-me fazer uma aletria mais cremosa e deparei-me com esta receita no Coisas boas sem remorsos…! Garanto que é uma receita para repetir. Uma delícia!




Ingredientes:

- 150 gr de massa aletria
- 1 L de leite
- Casca de 1 limão
- 2 paus de canela
- 200 gr de açúcar
- 2 colheres de sopa de manteiga
- 6 gemas
- Canela em pó para decorar


Preparação:

Levar a aletria a cozer num tacho com água, durante aproximadamente 5 minutos. 
Do litro de leite que irá utilizar, separar um pouco para ajudar a dissolver as gemas, entretanto batidas e que irá reservar para utilizar mais à frente.
Levar o restante leite, a casca de limão, a canela em pau e o açúcar, num tacho ao lume. 
Quando tiverem passado os 5 minutos, escorrer a aletria. Retirar as cascas de limão e os paus de canela. 
Quando o leite estiver quente, juntar a aletria escorrida. Estes irão cozinhar em lume brando, até a massa ter absorvido quase todo o leite. Não se esqueça de mexer!
Retirar do lume quando restar muito pouco leite entre os fio da aletria. Juntar a manteiga e mexer.   Juntar um pouco da aletria quente às gemas batidas que estavam reservadas, para estas não talharem, antes de as verter para o tacho da aletria. Mexer bem.
Levar um pouco mais ao lume para cozer as gemas cerca de 1 ou 2 minutos apenas. 
Decorar com canela em pó.

*Nota: só utilizei 5 gemas e ficou óptimo na mesma. 

Bom apetite!

Presentes Natal DIY | Sal aromatizado

Bem, o Natal já se instalou definitavamente cá em casa. A árvore já está feita há duas semanas, no duche já se cantam canções de Natal e chegou a hora de se começar a pensar nos presentes. Tenho uma família grande, barulhenta, à italiana mesmo e, na verdade, o Natal é sempre fantástico e muito pouco depende do consumismo da época. Pelo que há muito que se definiu que os presentes são para os miúdos e que entre adultos se faz uma divertida troca de presentes com um valor simbólico.

Este ano decidi tornar esse valor ainda mais simbólico e compor uns cabazes de Natal feitos por mim. O primeiro elemento que decidi fazer foi sal aromatizado. Com diferentes composições, criei um sal aromatizado mais vocacionado para temperar peixe e outro para carne de porco. Os frascos comprei por 50 cêntimos, escrevi a etiqueta à mão, colocando no verso a composição da mistura. 
Os verdadeiros presentes DIY - Do it yourself!
E os aromas são fantásticos :)

Sal aromatizado para peixe

Sal aromatizado para peixe:
- Sal marinho
- Raspa de limão (bastante)
- Salsa
- Pimenta Rosa (em grão, esmagada no almofariz)
- Alho seco



Sal aromatizado para carne de porco


Sal aromatizado para carne de porco:
- Sal marinho
- Louro
- Tomilho
- Pimenta preta
- Alho seco
- Pimenta de Caiena (s/ sementes)
- Raspa de limão


Bons Cozinhados e Feliz Natal!

07 novembro 2013

Receitas | Cozer e congelar feijão

Não vale a pena estar a dissertar muito sobre o facto de, hoje em dia, as pessoas, e aqui recuso-me a dizer mulheres, terem pouco tempo para produzirem as suas refeições pelo que o planeamento é essencial para se gastar pouco dinheiro e se comer saudável. 
Umas das soluções que encontrei foi comprar as leguminosas secas, re-hidratar em casa e cozinha-las. Depois disso, conservo-as pela congelação e uso à medida das necessidades.

As leguminosas têm tempos distintos de cozedura e convém controlar o processo, já que é um alimento que se demasiado cozinhado e ao perder a sua firmeza, perde uma das suas melhores características. Também deve considerar se vai consumir as leguminosas logo após a descongelação, para saladas por exemplo, ou se vai adicionar a alguma receita que esteja a confeccionar. Isso vai definir o tempo de cozedura e o sal com que vai temperar a água para cozinhar o grão. Se for adicionar o grão-de-bico, por exemplo, a uma sopa ou cozido convém não temperar demasiado e terminar a cozedura com o grão ainda firme para depois não se desfazer na sopa.

Hidratação do grão
Para a grande maioria dos grãos o ideal é deixar a demolhar durante a noite. Apenas a lentilha difere: a lentilha vulgar demolha em 2 horas e a de coral, descascada, não necessita sequer.
Coloque água num recipiente, deixando volume de água suficiente para o grão expandir.
Para saber mais sobre quanto tempo deve demolhar, consulte esta tabela.

Cozedura
Para além de tempos de cozedura diferentes, também tempero as leguminosas de forma distinta.
Se estamos a falar de grão-de-bico ou feijão-frade, que aqui apresento, descarto-me da água que usei para demolhar o grão e tempero a água limpa, que vou levar a ferver, com sal e um fio de azeite. 
Mas se estiver a cozinhar feijão encarnado, tempero a água de cozedura com 3 folhas de louro, três dentes de alho esmagados, sal e azeite q.b., já que irei aproveitar o caldo de cozedura.
Para saber quais os tempos de cozedura, consulte esta tabela.

Congelamento
A forma como é congelado também difere: grão-de-bico ou feijão-frade são escorridos (imagem 1) e guardados em sacos de congelação em porções individuais (imagem 2). Para descongelar ou coloco em água a ferver, o suficiente para descongelar, ou então a vapor, método que prefiro pessoalmente porque não amolece o grão em demasia. 
Quanto ao feijão encarnado, congelo com o molho que se formou na cozedura e em tupperware (imagem 3). Quando preciso de utilizar para uma sopa, arroz de feijão (imagem 4) ou massa à lavrador tenho um método muito invulgar: recorro a uma chave de fendas e martelo, com os quais vou quebrando pedaços que adiciono ainda congelados. Invulgar mas super eficiente! Como não só adiciono o feijão mas também o molho, não perco quaisquer ingredientes, nem sabor. Muito mais saboroso, saudável e barato!


Imagem 1
Imagem 2
Imagem 3

Imagem 4

08 outubro 2013

Serra da Labruja | Lixo junto à Cruz dos Franceses


Aproveito este post para apelar a todos os peregrinos que cuidem e estimem o Caminho que é tão valioso para todos nós. De há uns tempos para cá, têm-se acumulado dezenas de objectos deixados pelos peregrinos, num gesto simbólico de homenagem, junto à cruz na Serra da Labruja. No entanto, falamos de objectos não degradáveis, tais como garrafas de água, roupa, chapéus, calçado, entre muitas outras coisas. Com isto, a Cruz dos franceses e a placa em memória da peregrina Michelle Kleist deixaram de ser o mais relevante, assemelhando-se o conjunto a uma lixeira a céu aberto. Não é sanitário, não é belo, não é o que o Caminho merece de nós, peregrinos. 
Dia 09 de Outubro de 2013 será feita uma limpeza por alguns peregrinos, que irão disponibilizar o seu tempo e trabalho ao serviço do caminho, para melhorar esta paisagem, actualmente desvirtuada pela passagem humana. A partir daí, esperemos que o bom senso evite que esta situação se repita.

Contribua para que este local se mantenha limpo, salubre e de acordo com a paisagem que o rodeia! Obrigada!



Agradecimento a Nuno Ribeiro, pela cedência das fotos.

03 outubro 2013

Receitas | Doce de Abóbora com nozes e canela


Quando a avó da nossa cara-metade nos dá abóbora e nozes acabadas de colher da sua horta, fazer este doce parece-me uma excelente forma de dar as boas-vindas ao Outono!


Ingredientes:
- 1 Kg de abóbora limpa e cortada em cubos
- 800g açúcar
- 1 clh. chá de canela
- duas cascas de limão
- Nozes q.b.

Preparação:

Comece por abrir a abóbora, retirar todas as sementes e cortá-la em cubos pequenos. 
Deixar, de um dia para o outro, a abóbora a macerar com o açúcar e a canela, num recipiente de tamanho conveniente para o aumento dos sucos.
No dia seguinte, colocar todo o conteúdo da bacia num tacho, juntamente com as duas cascas de limão.
Cozinhar em lume brando até que a abóbora esteja tenra,retirar as cascas de limão, após o qual deve passar a varinha mágica procurando atingir a textura desejada. Nesse momento, voltará a deixar o doce cozinhar em lume brando, até atingir o ponto estrada. O ponto estrada foi atingido quando ao atravessar com o dedo um pouco do doce num prato, este formar uma estrada que não volta a ser fechada pelo doce.  
Logo que o doce se encontre no ponto, coloque as nozes, trituradas grosseiramente, e deixe cozinhar mais uns 10 minutos. (No total o doce deve cozinhar entre 1h e 1:30h.)
Coloque o doce ainda quente em frascos de vidro, previamente esterilizados e sele-os bem. Se os colocar imediatamente de cabeça para baixo será criado vácuo que ajudará a conservar o doce durante mais tempo.
Conservar em local fresco e seco.
Fica fantástico servido em tostas com requeijão.
Bom apetite!





Livros - Equador | Miguel Sousa Tavares

Confesso que, para além dos clássicos, li muito poucos livros de autores portugueses. Lamento.
Para além de Saramago, que não encontra paralelo em mais nenhum escritor, nunca me apaixonei por nenhum autor português, nem criei um gosto especial em ler livros com Portugal como cenário. 
Os que li, sempre os senti demasiado frios, pretensiosos, com pouca atenção ao nosso folclore, à magia dos velhos costumes e tradições. Sem a paixão meridional nem a retórica do hemisfério norte, algures no meio, tal como o Equador, que dá nome ao livro. 

O livro, um romance histórico com São Tomé e Príncipe como cenário, foi lido ociosamente, sem pressas e sem a sofreguidão presente em muitas das minhas leituras.
Infelizmente, da mesma forma relaxada que li o livro, o terminei e dei por mim sem conseguir perceber como o comentar. Sim, claro, posso falar da estrutura da narrativa, as inúmeras aprendizagens que fiz, os momentos prazerosos na leitura ou a construção das personagens, mas sem ser capaz de resumir o livro no seu todo. E, como bem sabemos, o todo é maior que a soma das suas partes pelo que qualquer análise que apresente aqui será inevitável e miseravelmente incompleta.




Eu gostei do livro, principalmente da temática deste e dos cenários que o compõem.  De igual modo, relacionei-me com Luís Bernardo Valença, personagem principal, e ganhei afecto pelos seus defeitos, o seu cinismo, a sua cadência para a luxúria em contraste com a candura dos seus valores sociais. João e David, que em conjunto com Luís Bernardo constituem o núcleo principal masculino, são personagens   que facilmente garantem a simpatia do leitor.
O problema reside fundamentalmente na construção das personagens femininas, principalmente de Ann. E que é algo que é transversal a muitos autores masculinos. Uma mulher não se torna bela aos olhos de outra mulher por se referir inúmeras vezes a firmeza e tamanho dos seus seios ou a espontaneidade da sua sexualidade. Ah, sim! Miguel Sousa Tavares também fala da profundeza do azul dos seus olhos!! Acredito que isto possa ser o suficiente para um homem se apaixonar por uma mulher, mas não o é para outra mulher. E como tal, por muito que gostasse de me ter apaixonado por Ann antes do fim que MST criou, e que, tivesse eu outro olhar sobre Ann, teria sido surpreendente, sempre a desprezei. À secura da sua pele, às suas alças finas, à ligeireza da sua sexualidade. Estamos no Equador, for god sake!
E isso revela parte do problema essencial; apesar da qualidade do tema do livro não me agradou particularmente a escrita de Miguel Sousa Tavares, demasiado descritiva e no entanto, tantas vezes incapaz de me transportar completamente para a paisagem de S. Tomé e Príncipe!

No que se refere ao tema em si e ao que uma figura como a de Luís Bernardo representaria na nossa história, Miguel Sousa Tavares procurou esgrimir os argumentos presentes em ambos os lados, muito embora tenha sido politicamente correcto na maioria do tempo. A realidade do esclavagismo, do racismo e do tráfego humano são, ainda hoje, muito mais cruéis e vis do que o apresentado no livro.
O que, apesar de tudo, encontra alguma justiça na inevitabilidade das consequências para o comportamento de Portugal, culminando naquelas que compuseram a história desse período: a queda da monarquia, a implantação da república e o boicote inglês ao cacau oriundo de São Tomé e Príncipe. 

Quanto aos tão afamados erros históricos, infelizmente não possuo conhecimentos suficientes para os ter detectado. Não conheço as ilhas de São Tomé e Príncipe, tal como não estou familiarizada com nenhuma das publicações da época mencionadas no livro, pelo que é um problema que não tenho legitimidade para destacar.

18 setembro 2013

Filmes | 3º Trimestre 2013

WWZ: Guerra Mundial 7.5/10
Brad Pitt num registo bem diferente do que nos habituou. Imagino que o facto de ser pai de uma dúzia de crianças começa a pesar...
E é isso que Brad Pitt é neste fime: um homem de família. Li algures que é o primeiro filme de zombies women friendly, que para além de uma expressão maravilhosa, é qualquer coisa de transcendente enquanto conceito. 
Pois, eu sou mulher e não gostei especialmente do filme! E tenho conhecimento da causa: ainda poucos filmes tinha visto e já tinha como um dos preferidos o inacreditável  Dead Alive de Peter Jackson, sou fã de Walking Dead, já vi I am Legend umas 5 vezes e até o fraco Warm Bodies vi há pouco tempo. 
Gosto que a vertente científica tenha sido explorada mas não o é suficientemente para o distinguir dos outros filmes. 
Portanto, um bom filme de entretenimento mas Will Smith e o seu I am Legend continuam a ser os mais espectaculares de sempre!



Jobs 6.0/10
O melhor do filme: Ashton Kutcher esforçou-se por mimetizar todos os trejeitos de Jobs, o suficiente para nos esquecermos que estamos a olhar para o tipo do Punk'd! 
O pior: o filme não tem um rumo, uma perspectiva... é tão linear como um artigo do wikipédia sobre Steve Jobs. Nem sequer tendencioso o achei... Um filme bastante decepcionante!


A Gaiola Dourada 9.0/10
Finalmente um bom filme com cunho português. A fórmula utilizada é conhecida e certeira, a chamada comédia de costumes. Conscientemente exagerado, explora o folclore português e os clichés estão todos lá porque assim deve ser. São provocadores, caricaturam todas estas personagens que não sendo totalmente reais, ás vezes estão muito próximo de o ser. 
Porque só assim se consegue parodiar uma situação que, por vezes, roçou o trágico... E nós portugueses esquecemo-nos frequentemente de brincar com as nossas incapacidades, com os nossos defeitos, enquanto povo... 
Teve alguns momentos mal resolvidos; aquela vingança aos vizinhos foi levada demasiado longe na minha opinião, a cena do Pauleta era desnecessária. Mas, no geral, agradou-me bastante e acabei de ver o filme com um enorme sorriso nos lábios! O termo mais apropriado para o definir é, sem dúvida, delicioso.
O filme é genial? Não, mas é leve, divertido, tem a Rita Blanco, boa música, boa fotografia e é melhor que todas as tretas hollywoodescas que teimam em fazer em Portugal! 





17 setembro 2013

Restaurantes | A Sandeira do Porto

O Porto está bem e recomenda-se! Daí que, hoje em dia, se multipliquem os estabelecimentos que, para além de nos oferecerem boa comida, nos oferecem espaços interessantes, novos conceitos de restauração e muito mais que uma refeição, uma verdadeira experiência.

Com a Baixa a fervilhar com turistas, num Setembro solarengo, decidi finalmente experimentar as "melhores sandes do Porto" n' A Sandeira do Porto.
Para mim, estes rótulos costumam ser um factor desmotivante na hora de escolher restaurante. Porque por norma são exagerados ou, até mesmo, completamente falsos. Mas neste caso elas são mesmo, mesmo... muito, muito, boas!



Já comi excelentes sandes. As melhores até ontem tinham sido num pequeno estabelecimento em Florença, chamado I Due Fratellini, com mais de um século a servir sandes com os melhores ingredientes italianos, fresquíssimos e ridiculamente baratas. 
A partir de ontem as melhores sandes são mesmo do Porto.
E talvez a minha escolha tenha sido particularmente feliz e ido completamente de encontro com o que deixa as minhas pupilas gustativas para lá de extasiadas, mas a verdade é que enquanto escrevo estas linhas não consigo deixar de pensar no quanto queria estar a comer outra sande. A mesma, outra... qualquer uma das escolhas disponíveis. 



Por 5 euros podem pedir o menu, que inclui sopa, sande e uma bebida. 
A sande que escolhi, D. Luís, roça a luxúria. Para além de agradável ao olho, com as tâmaras a parecerem-se com rubis, a doçura destas em contraste com o sabor fumado do presunto e, claro, com o brie parceiro leal de combinações decadentes, compôs uma sande perfeita!

A minha cara-metade optou por uma escolha mais saudável mas imagino que não tão excitante para os sentidos - salmão fumado e queijo feta.  
Para beber optamos por uma limonada aromatizada com ervas frescas! 
O estabelecimento é pequeno, mas acolhedor. Da autoria de Paulo Moreira, arquitecto e proprietário do prédio, segue a tendência de uma imagem despretensiosa, com materiais reciclados. O rústico trendy...!!! Na realidade, é um conceito que resulta, está na moda e deixa os turistas encantados... Por isso não vou intelectualizar a questão... Ok, colegas de profissão? :)

Portanto, resumindo, como continuo a salivar sempre que olho para as fotos... Para voltar, sem dúvida!



A Sandeira do Porto| Rua dos Caldeireiros, 85
Tlf:  916018770
Segunda-feira, Terça-feira e Quarta-feira das 10:30 às 15:30 
Quinta-feira, Sexta-feira e Sábado das 10:30 às 00:00

15 setembro 2013

Receitas | Esparguete à Bolonhesa (com cenoura e alho-francês)

Toda a gente conhece aquela sensação de experimentar algo num restaurante tão saboroso e memorável para o palato que iremos tentar reproduzir em casa até à exaustão... Não precisa de ser um prato sofisticado ou feito com ingredientes exóticos, pode tão somente ser a melhor bolonhesa que já experimentaram.
É o caso.





Esta bolonhesa continua a ser um prato fácil de se confeccionar mas com uma maior complexidade de  sabores, onde o tomate não reina mais sozinho.

Ingredientes p/ 3 pessoas:
- Azeite q.b.
- 1/2 cebola picada 
- 2 dentes de alho picados
- 2 folhas de louro
- 1 talo de alho francês cortado em rodelas finas
- 2 cenouras médias raladas 
- 2 tiras de pimento vermelho + 2 tiras de pimento verde
- 1 malagueta vermelha, sem sementes e cortada finamente 
- Polpa de tomate q.b
- Vinho branco q.b.
- 7g de açucar (1 pacote)
- Sal e pimenta q.b.
- Oregãos secos
- 450g de carne de vaca picada (ou mista)
- Queijo para polvilhar

Preparação:
Pique finamente a cebola e os dentes de alho e leve a alourar num tacho (tamanho médio) com o azeite e as folhas de louro. Quando estes tiverem a cor pretendida, junte generosamente a polpa de tomate e refresque com vinho branco. Quando voltar a levantar fervura, adicione o alho francês cortado em rodelas finas, as cenouras raladas, as tiras de pimento e a malagueta e adicione água até cobrir os vegetais. Tempere com sal e pimenta, moída na hora, e deixe cozinhar. 
Quando os vegetais estiverem tenros, retire as folhas de louro e rale o restante com a varinha mágica. Irá ficar com um molho ligeiramente alaranjado pelo que irá adicionar polpa de tomate q.b, oregãos e rectificar os temperos, se necessário. Para equilibrar a acidez do tomate junte um pacote de açucar com cerca de 7g.
Enquanto o molho apura um pouco mais, leve uma frigideira ao lume com azeite. Quando estiver quente junte a carne picada, tempere com sal e pimenta e salteie a carne até alourar. Este passo permite selar os sabores da carne e tempera-la individualmente. Logo que a carne tenha alourado, transferir o conteúdo da frigideira, incluindo sucos, para o tacho com o molho de tomate para que a carne acabe de cozinhar. Adicione mais alguns oregãos e rectifique temperos, se necessário.

Entretanto, à parte, cozinhe o esparguete em água com sal e um fio de azeite.

Sirva com mais oregãos polvilhados. O queijo é opcional, pelo que o melhor é coloca-lo na mesa para quem desejar.
Bom apetite!

29 agosto 2013

Francesinhas Matosinhos - Restaurante Mauritânia Real

Já lá vai algum tempo desde que comi a última francesinha. 
É que algures chegou o verão e com o calor os corpos desnudados. E as calorias da francesinha, de repente, começaram a parecer inultrapassáveis! Claro que mal chegue o inverno, e as três camadas de roupa que vêm com ele, comerei francesinhas como se não houvesse amanhã!
Enquanto isso não acontece, se vamos comer uma francesinha em pleno verão, convém acertar e comer uma que valha mesmo a pena. Foi o caso!





Começamos a noite com um patê de sapateira que, na minha opinião, é dos melhores que já comi.
Ah! E servido em taça de louça, porque assim nem fingimos que uma sapateira só produz aquela quantidade de patê e  nem nos pedem o preço de uma sapateira! 
Chegou, então, a hora de avançar para a francesinha. 
O melhor da francesinha do Mauritânia é mesmo o bife, maravilhosamente mal passado e tenro. O queijo também mantém o nível elevado, assim como o molho! E felizmente, apesar de ser servido numa marisqueira, o molho não possuía o erro crasso de se assemelhar a um consomé de marisco. Ainda assim, não resistiram em enfeitar a dita cuja com miolo de camarão no topo. 
Na verdade não lhe encontro nenhum elemento negativo para apontar. Mesmo no que concerne às batatas, apesar de banais, ainda nos é dada a opção de ser em palito ou às rodelas.  
E o preço é bem simpático, dada a qualidade do espaço e da comida, rondando os 15 euros.





Mauritânia Real | Rua Ló Ferreira, n.º 239
4450-177 Matosinhos
Tel: 22 937 13 63

26 agosto 2013

Receitas | Biscoitos de Limão da Vovó

Estes biscoitos fazem parte da minha infância. A minha avó fazia-os e guardava-os religiosamente no mesmo pote em loiça que repousava na bancada da cozinha.
Quando a visitava dizia-me para lá ir, mas para tirar só um - pronto! só mais um, então -  que, para além de ter que chegar para todos os netos, a minha avó nunca foi mulher de excessos. Especialmente no que toca a doces. E talvez por isso, me saibam tão bem hoje em dia! 

Ingredientes:
- 4 ovos inteiros
- 200g açúcar
- raspa e sumo de um limão
- 125g de margarina
- 500g de farinha autolevedante

Preparação:
Bater os ovos com o açúcar, o sumo e raspa de limão e a margarina. Acrescentar então a farinha, após o qual obterá uma massa bastante consistente. Disponha pequenas doses da massa com uma colher de sobremesa num tabuleiro, previamente untado ou forrado com papel vegetal, e leve ao forno a 220º.

Bom apetite!




25 agosto 2013

Restaurantes | A Barraquinha

Era de esperar que o computador mais maltratado do mundo, o meu, não durasse eternamente. Apesar disso, mantive a esperança e teimei em esperar por ele para escrever novos posts. Infelizmente, daquele teclado já não sai mais nenhum texto. E assim se passou mais de um mês.

A vantagem de estar sem computador é que se dispõe de mais tempo para aproveitar as noites quentes de verão. E com elas, jantares demorados, em esplanadas animadas, debaixo de um céu estrelado.
Uma dessas esplanadas foi a da Petisqueira "A Barraquinha", que conheci recentemente. 


O restaurante, que conta já com uma clientela fiel de anos, serve peixe e marisco fresquíssimos, não fosse ele situar-se entre o mar e a lota de Angeiras.  E basta para merecer uma visita.  

Os inconvenientes: a viagem até Angeiras, no meu caso 25 km para cada lado, que seriam perfeitamente aceitáveis se o preço tivesse sido mais meigo para a carteira. Não que seja exorbitante, comparado com um qualquer país vizinho e considerando a qualidade da comida servida, mas praticamente 20 euros por pessoa não foi propriamente barato. 

O melhor da noite foi o Rodovalho, um peixe grande, carnudo, extremamente saboroso. Antes havíamos comido umas amêijoas brancas em molho de tomate e para acompanhar um vinho verde.  Os outros petiscos, bem como a afamada sande de presunto com ovo, ficam para uma próxima. 






Petisqueira A Barraquinha | Travessa de Angeiras, 13
Angeiras - Lavra
Telefone: 229 272 017

17 julho 2013

Receitas | Lulas Grelhadas

Para além de preferir receitas leves no verão, também tenho tendência a preferir marisco, peixe e moluscos em substituição da carne.  Quem consegue resistir a umas lulas grelhadas ou uma salada de polvo?!
Neste caso, trago uma receita de lulas grelhadas que não tem grande segredo. Prima pela marinada que lhe confere um sabor muito fresco e aromático e o tempo de confecção que faz a diferença entre lulas duras e elásticas ou lulas tenras!




Marinada:
- Raspa e sumo de limão
- Azeite q.b.
- Salsa finamente picada
- Malagueta vermelha (comprida), sem sementes, cortada em juliana
- Cebola picada
- Sal e pimenta q.b.

As lulas devem ser limpas e separados os tentáculos. Quando faço lulas estufadas mantenho a pele arroxeada que estas têm pelo exterior, mas para serem grelhadas prefiro sem ela. Até porque torna mais fácil fazer os cortes em xadrez com a ponta da faca para que estas não enrolem! Mas atenção os cortes são apenas na superfície, nunca atravessando a lula de um lado ao outro. E apenas num dos lados. Quanto mais justos os cortes, melhor! Não se guiem pelos cortes das lulas da foto que estão muito espaçados. Preguiça! E por isso, algumas acabaram por enrolar.
As lulas devem ficar a marinar pelos menos duas horas. Um conselho que acho essencial é não dispensar a raspa de limão, porque faz toda a diferença. 

Quando as lulas tiverem marinado o tempo suficiente, levar o grelhador ao lume. Só colocar as lulas a grelhar quando o grelhador estiver bem quente, senão corre-se o risco que estas cozam nos sucos da marinada. 
O tempo de confecção para lulas obedece a uma regra que define que se estas cozinharem pouco tempo ficarão tenras, após o qual irão ficar rijas só voltando a ficar tenras depois de muito tempo a cozinhar (quando estufadas p.e.). Ou seja, as lulas vão grelhar 3 minutos, minuto e meio de cada lado e não mais que isso. 
Para acompanhar pode fazer umas batatas cozidas, bróculos e molho verde.
Bom apetite!



16 julho 2013

Receitas | Esparguete picante com Camarão e Mexilhão

Quando as temperaturas começam a subir, o apetite diminui. Pelo menos é o que acontece cá em casa.
E, em vez da chamada comida de conforto, dá-se preferência a receitas mais rápidas de confeccionar e leves de digerir: massas, grelhados, saladas.
Daí que esta receita seja excelente para esta época.




Ingredientes p/ duas pessoas:
- 200g mexilhão (eu usei congelados meia-concha já limpos, se usar frescos não se esqueça de os limpar e retirar as barbas) 
- 200g miolo camarão (eu utilizei 40/60)
- Três dentes de alho
- Vinho Branco q.b.
- Azeite q.b.
- Pimento vermelho em tiras
- Malagueta vermelha (comprida), sem sementes e cortada finamente
- Sal e pimenta q.b
- Salsa picada finamente
- Esparguete picante (Milaneza)

Preparação:
Leve um tacho ao lume com água e sal q.b.. Quando ferver, coloque o esparguete e deixe cozinhar. Retire quando estiver al dente e escorra a massa para um coador. 
Um truque que muitas vezes me foi aconselhado é reservar alguma da água da cozedura. Assim, se necessário, poderá acrescentar alguma ao esparguete na hora de servir, se achar que a massa já secou um pouco.
Enquanto o esparguete está a cozer, leve o azeite ao lume num tacho, juntamente com os alhos esmagados com a lâmina da faca e algumas tiras de pimento vermelho que irão aromatizar o azeite. 
Logo que o azeite esteja quente (atenção para não queimar o alho, isso acrescentaria um sabor amargo, nada agradável, ao azeite), deite os mexilhões e o miolo de camarão, sem os descongelar, tape com o testo e abane o tacho. Espere um minuto até o azeite voltar a fervilhar e acrescente o vinho branco, a salsa picada finamente e a malagueta sem sementes. Tempere com sal e pimenta moída no momento. Nova abanadela. Normalmente, nesta fase,  opto por virar os mexilhões individualmente para baixo. Volte a tapar com o testo e deixe cozinhar alguns minutos (5/6 minutos), o suficiente até os camarões ficarem totalmente opacos, abanando ligeiramente o tacho para que o marisco não se agarre ao fundo.
Não o cozinhe demasiado, principalmente os mexilhões, que ficariam duros e elásticos. 
Dependendo de como pretende servir, pode juntar o esparguete cozido e envolver com os mexilhões e o camarão, aproveitando todos os sucos do tacho. Já no recipiente final de servir polvilhe com mais um pouco de salsa finamente picada. 
Bom apetite!

Nota: Cá em casa, como gostamos da comida bem picante, eu costumo acrescentar umas gotas de piri-piri líquido ou piri-piri em grão, seco, sem sementes e picado finamente. Fica ao seu critério!

01 julho 2013

Livros - O Jogo do Anjo | Carlos Ruiz Zafón

Como já tinha referido aqui, este livro faz parte de uma trilogia composta por A Sombra do Vento, O Jogo do Anjo e O Prisioneiro do Céu. É importante referir que a ordem de publicação é esta mas os livros podem ser lidos independentemente, já que não é mantida uma sequência cronológica e cada livro é auto-suficiente.
Nesse sentido, O Jogo do Anjo revela-nos acontecimentos e personagens que antecederam a narrativa de A Sombra do Vento, apesar de publicado posteriormente. Conhecemos, por exemplo, o avô de Daniel, bem como a sua mãe, em cenários que já nos são familiares como a livraria Sempere e o Cemitério dos Livros Esquecidos.



Mas, apesar de existir uma ligação entre as personagens dos dois livros, o tom e a atmosfera que definem a narrativa não poderiam ser mais distintos dos do primeiro livro. Este é um livro mais maduro, mais sombrio e que presenteia os seus leitores com uma maior liberdade de interpretação. Para além disso, o autor recorre muito mais frequentemente ao fantástico e ao sobrenatural que n' A Sombra do Vento. Tendo isto em consideração, devo confessar que nem sempre soube qual era a extensão do meu poder enquanto leitora na definição dos acontecimentos, esperando muitas vezes por um esclarecimento que eu não sabia se vinha e com receio de avançar demasiado na minha interpretação até um ponto onde alterasse por completo o rumo da história.

Este livro conta a história de David Martin, um jovem escritor, com uma história familiar trágica. Sentindo-se mercenário do seu talento e escravo de um contrato que o obriga a escrever a um ritmo alucinante, David conhece um editor francês, Andreas Corelli, que lhe faz uma proposta irrecusável, alterando para sempre a sua vida.

O final agradou-me pessoalmente, muito embora sinta que ainda existem algumas pontas soltas em toda esta trama que, acredito, Zafón terá deixado propositadamente.
Sendo a mais significativa, sem qualquer dúvida: quem é Andreas Corelli?
Deus, o Diabo, a consciência de Martin, uma outra personalidade do escritor?!

Existe um diálogo entre o inspector Grandes e Martin que me intrigou e me confundiu consideravelmente.
"Peguei na chave e dirigi-me à porta. Antes de sair, voltei-me um instante. Grandes sentara-se em cima da mesa e observava-me sem qualquer expressão.
- Esse pregador do anjo - disse, apontando para a lapela.

- Sim?
- Desde que o conheço que lho vejo na lapela - observei."

Receitas | Pastéis de Nata

Estes pastéis são excelentes em qualquer altura do ano. Mas com este calor, acabadinhos de sair do frigorífico... são irresistíveis! Aqui fica a receita, que retirei deste blogue e apresento com algumas alterações minhas!

Massa:
Quanto à massa eu opto por utilizar de compra, mais especificamente a massa quebrada do Continente, que prefiro em relação a outras (quer em relação à folhada, quer no que concerne a outros hipermercados).
Como neste caso a receita dá para cerca de 24 pastéis, utilizei 3 embalagens de massa quebrada. 
Comece por cortar, com um copo ou chávena de tamanho apropriado, círculos de massa com os quais irá forrar as formas individuais, previamente untadas com manteiga. Atenção para não deixar bolhas de ar. Reserve.

Recheio: 
- 1dl de água 
- 2 colheres de sopa de farinha
- 2 ovos
- 7 gemas
- 250 gr. de açucar 
- 5 dl de leite + casca de limão

Retire um pouco do leite, enquanto ainda está frio, para um pequeno recipiente, no qual irá dissolver a farinha.
Coloque o restante leite a ferver com a casca de limão.
Bata as gemas e os ovos, sem fazer espuma. 
Depois do leite ferver, aguarde que este arrefeça, retire a casca de limão e verta-o com a ajuda de um coador sobre os ovos, mexendo bem para que estes não cozinhem. De seguida junte o leite com a farinha dissolvida e reserve.
Leve a água e o açúcar a ferver num tacho, até obter uma calda em ponto pérola. Deixe arrefecer um pouco e verta sobre o preparado anterior.
Deite o preparado nas formas previamente forradas com a massa quebrada, com atenção para não encher demasiado.
Leve ao forno a 220º durante cerca de 25 minutos - a receita original pede 250º mas no meu é demasiado. A meio da cozedura salpique com água os pastéis para que estes baixem um pouco.    
Desenforme logo após tirar do forno.




Devido à grande porção de recheio que esta receita proporciona, tenho optado algumas vezes por reduzir a receita para metade e fazer cerca de uma dúzia de pastéis. Outras vezes, faço a receita na totalidade mas reservo metade do recheio para fazer uma tarte de nata grande, onde utilizo ou a massa quebrada de compra na mesma ou massa quebrada caseira.\




Filmes | 2º Trimestre 2013

Estreia | Março

Vigarista à vista (Identity Thief) | 5.0/10
Se gosta deste género cinematográfico, em que odeia o/a protagonista durante a primeira hora de filme e sente compaixão por ele/a no tempo que resta, então este filme é perfeito. A interpretação de Melissa McCarthy atingiu o objectivo: chamarmos-lhe uma série de nomes e cerrarmos os punhos com tamanha irritação.
Mas se procurava gargalhadas propriamente ditas, são muito poucas as proporcionadas. E o final não poderia ser mais chato e previsível. Valeu pela oportunidade de ver  Eric Stonestreet (Modern Family)!




    
Estreia | Agosto

Como um trovão (The place beyond the pines) | 9.0/10
A Emma Stone que me perdoe mas retiro o que disse: qualquer filme em que Ryan Gosling entre vale a pena ver. Ponto.
E Bradley Cooper, que teve até agora uma carreira consistente mas muito discreta, com alguns papéis medíocres pelo meio , tem tido nos últimos tempos uma ascensão meteórica.

A escolha do elenco tem de ser destacada. Emory Cohen interpretou brilhantemente o seu papel. Eva Mendes soube ser tão discreta quanto o seu papel exigia, o que nem sempre é fácil para algumas actrizes. E pronto, quando se precisa do tipo mais desprezível à face da terra, chama-se o Ray Liotta.
Sim, o filme é comprido. Mas todos minutos foram essenciais para compor o filme. Aliás, são todos aqueles momentos que poderiam ser cortados que o tornaram especial.
O filme desenvolve-se, basicamente, em três actos. Se no trailler acaba por parecer um filme de acção, tanto o segundo como o terceiro acto desenvolvem-se à volta da conduta moral dos personagens e das consequências dos seus actos.
Sei que algumas pessoas desejavam um fim mais apoteótico para este filme. Não é o meu caso. Adoro as interpretações silenciosas e os fins despretensiosos, sem lições moralistas. E a fotografia, a banda sonora...!! Muito boas!!!





18 junho 2013

Mais Dicas sobre a Mochila | Caminho português a Santiago de Compostela

Apesar de já ter feito um post inicial com uma listagem dos itens a levar e algumas considerações pessoais, que podem ver aqui, decidi esclarecer mais algumas questões que vejo serem levantadas frequentemente pelos peregrinos.

Quando precisei de comprar algum equipamento necessário para o Caminho, tive a sorte de apanhar algumas promoções. Apesar disso, procurei que tal não me impedisse de garantir algumas condições essenciais para o meu conforto e bem-estar que não podem ser descuradas.
De resto, para todos aqueles que têm dúvidas sobre onde comprar o equipamento, e muito embora não ganhe nada com a publicidade, a Decathlon parece-me um espaço com muita escolha e funcionários geralmente solícitos e informados.

Tamanho da Mochila:

Na altura comprei uma mochila da Quechua, a Forclaz 40, que como o nome indica tem 40 litros. O seu peso, quando vazia, é de 1,2 kg. Tem um apoio lombar razoável, que é essencial - apesar de alguns companheiros de viagem se queixarem dos ombros, eu sempre senti que o peso da mochila se fazia sentir essencialmente em dois locais, a zona inferior das costas e os joelhos. Para não sentir qualquer desconforto nos ombros e costas, para além da hidratação, deve ter contribuído o facto da mochila ter apoio para mãos o que me permitia aliviar o peso quando necessário.
Como esta é uma mochila de 40litros, o cinto deve assentar na zona da cintura (quando de 50l é desenhado para assentar nos quadris). Não se iniba de experimentar a mochila com todos os ajustes feitos nas presilhas e correias e verificar se se sente confortável.
Esta mochila possuiu ainda as costas em rede que ajuda a arejar e controla a transpiração.

Eu fui na época de transição Inverno/Primavera, por isso levei alguns itens que no Verão são desnecessários, tais como uma pequena manta e roupa mais volumosa. Se vai no Verão pode levar uma mochila com menos volume - 30, 35 litros - mas se levar de 40l não faça questão de a encher só porque tem espaço.




Capa protecção chuva:
O que esta mochila não possui é protecção para a chuva. Por isso, apesar de a ter comprado em promoção, tive de considerar o dinheiro que gastei numa capa.
A capa que acabei por comprar é para mochila e pessoa, o que se revelou francamente mais eficaz que aquelas que são só para a mochila, tão ou mais caras que a minha, e que não agradaram aos companheiros de viagem que as possuíam.
Não se esqueça que em época de Verão também chove na Galiza. Um impermeável/corta-vento continua a ser essencial. Além de que mesmo esta capa total, quando dobrada, não ocupa muito espaço. Ainda assim pesa 410g.




Bolsa para produtos de higiene:
Apesar de ter referido aqui que um bom truque é dividir os produtos de higiene pelos vários elementos do grupo, eu acabei por levar uma bolsa só minha porque fiquei em Santiago mais tempo e precisava deles.
O que fiz foi levar a bolsa que uso quando viajo de avião, que comprei num hipermercado, e que possui pequenos frascos com o tamanho ideal para este percurso (claro que racionado,  mas ainda assim sobrou um pouco de gel e champô). Os frascos têm cerca de 60ml e a bolsa, aproximadamente, 12x18x4 cm.
Esta parece-me uma boa solução para quem viaja sozinho.




Almofada insuflável:
Este é um item que só é necessário quando se verificam algumas condicionantes: a pessoa vai percorrer o Caminho em "época alta" e portanto corre o risco de não conseguir ficar nos albergues oficiais, não querer/puder ficar em albergues privados e acabar por pernoitar num poli-desportivo ou no quartel dos bombeiros onde não lhe vai ser fornecida almofada e a pessoa não conseguir dormir sem uma.
Antes de iniciar o meu Caminho acabei por comprar esta, mas como fui em Março, antes da Páscoa, e tive sempre lugar em albergues oficiais não precisei de a utilizar.
Mais uma vez, é uma decisão pessoal e neste caso trata-se de  algo muito leve.
Apesar disso, todos os gramas juntos vão acabar por perfazer muitos quilos.  





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